quarta-feira, 28 de maio de 2014

Alzheimer e Amor

Alzheimer e Amor 

Deixar de ser neto para se tornar pai da própria avó. Assim aconteceu na vida de Fernando Aguzzoli, 22 anos, que acompanhou durante seis a doença da sua avó Nilva, diagnosticada com mal de Azheimer. O jovem trancou a faculdade de Filosofia em 2013 e largou o seu trabalho para se dedicar a ela, junto com a sua mãe.
Depois de crescer aos cuidados de Nilva, que sempre esteve muito próxima, os papéis foram invertidos. “Dei banho, repreendi, fiz festa, escovei dentadura, botei pra dormir, preparei café da manhã, levei ao banheiro, expliquei que não havia monstros debaixo da cama e cumpri com todas as tarefas que um bom pai deve cumprir”, conta Fernando.
E foi pela necessidade de compartilhar essas experiências que Fernando decidiu criar uma página no Facebook, chamada Vovó Nilva. O conteúdo tem uma visão mais positiva, diferente do que o jovem encontrou ao procurar mais conhecimento sobre o assunto. “As informações te condicionam a esperar uma situação muito ruim”, diz.
O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que causa problemas de memória, pensamento e comportamento, caracterizando-se pela perda progressiva de células neurais, provocadas por um acúmulo de proteínas no tecido cerebral, o que provoca a morte dos neurônios. Os sintomas geralmente são desenvolvidos lentamente e pioram com o tempo. A enfermidade não tem cura, mas um tratamento adequado pode ajudar a retardar a evolução e preservar por mais tempo as funções intelectuais.
Para o neto, é possível desmistificar a doença e ter um convívio melhor com o portador de Alzheimer. “Me divertia muito com a minha avó”, relembra. E o resultado da relação foi além do Facebook: após receber sugestões de internautas, Fernando acreditou na ideia de escrever o livro 'Quem, eu?'. Finalizada em novembro de 2013, a obra ficou pronta um mês antes da partida de Nilva, que morreu no dia 19 de dezembro, em decorrência de uma infecção urinária, pouco antes de completar 80 anos de idade.

Veja algumas publicações da página Vovó Nilva:
Eu: Vó, tira a dentadura pra dormir um pouquinho e põe na água.
Vó: Tá. Pronto.
-- 2 minutos depois --
Vó: Vou tirar minha dentadura (Sabe quando velhinho fala sem dentadura e fica coisa mais querida? Pois é).
Eu: Mas tu já tirou, tá na caneca.
Vó: Claro que não amorzinho, to com ela.
Eu: Tu só pode tá brincando né? Olha o jeito que tu tá falando, acha que tá com dentadura?
Vó: Eu to! Olha (Sorriu)
Eu: HAHAHAHHAHA NÃO TEM NADA AÍ!
Vó: Ai meu Deus, claro que tem!
Eu: Me faz um favor, coloca o dedo nos dentes de cima então.
Vó: Tá...UÉÉÉÉ CADE MINHA DENTADURA?
Eu: Como eu havia dito, na caneca!
Vó: Ah, tá então. 


"Robocop Vó: A mãe superatrasada pegando documentos, bolsa e se arrumando pra levar a vovó no médico enquanto a única tarefa da véia era colocar os óculos de sol! 
Mãe: Vó coloca os óculos pra irmos.
Vó: Não dá, não consigo colocar dentro da orelha.
Mãe: É pra colocar EM VOLTA e não DENTRO!
Vó: Pois é mas não consigo.
Mãe: É um óculos de sol, tu já fez isso milhões de vezes!
Vó: Mas agora é diferente, não tá dando!
Mãe: Ai céus deixa eu ver...VÓ, O ÓCULOS TÁ VIRADO!!!!!
Vó: Ahhhh bom, viu, por isso eu não conseguia!

Lição do dia: Até as tarefas mais bobas e cotidianas são agora um desafio. Mas atenção, é importante respeitar a autonomia do portador de Alzheimer, deixe-o - mesmo que numa extrema lentidão - tentar colocar os óculos, se secar, lavar as mãos. Ajude-o mas o mais importante é supervisionar de perto. 
Obs.: Ela riu pra caramba quando viu que o óculos estava de cabeça pra baixo! hahahaha"

  


Tentei entrar em contato com o Fernando, mas não deu certo.
Fonte : terra.com.br

Quando vi essa história do programa da Fátima,me deixou muito a pensar.  Até que ponto vai o seu amor para com as pessoas ? 




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